Eu separei em agosto de 2019 e ainda estou vivendo várias primeiras vezes como solteira, principalmente porque teve aquela merda de pandemia que tomou tantas vidas e que na minha - ainda bem - só atrasou experiências divertidas. Uma das novidades que tenho explorado é meu lado que gosta de mulher. Tem sido um processo mais lento do que eu imaginava, mas tenho tentado sair do meu mundo super hétero e me aventurar mais com a comunidade LGBT+.
Eu estava ensaiando ir numa festa sapatão faz um tempinho. A primeira que vi foi a Donna, que tem uma pegada bem liberal, inclusive é realizada numa casa de swing. Ou seja, é para a mulherada se soltar à vontade mesmo. Até já comprei ingresso uma vez, mas acabei não indo, nem me lembro o porquê.
Debutei, finalmente, numa Festa Fancha em janeiro/24. O tema era baile de formatura. Eu quase desisti porque eu tinha ido visitar meus pais no sítio em que eles moram e o clima estava frio e chuviscando. Odeio. Cheguei em casa desanimada. Mas tive tempo de me sentir quentinha de novo e recuperar o ânimo o suficiente para colocar o vestido, um pouco de maquiagem e ir.
Eu estava achando que só ia ter umas meninas de 20 e pouquíssimos anos. Na maioria das festas que vou, sou sempre a tia. Mas até que tinha uma diversidade interessante na festa. De corpos, estilos, idades (mas, claro, a maioria era novinha). Isso sempre me deixa feliz nos rolês, ver gente de tudo quanto é tipo, cada pessoa sendo o que é, independente de padrões.
Eu estava olhando todo mundo. Muito mais pela curiosidade, porque era minha primeira festa sáfica. Queria ver como a mulherada se comportava, quem que ia nesse tipo de festa.
Uma mulher chamou minha atenção. Com a luz de balada parecia meio ruiva. Parecia que estava sozinha também. Mas ela não olhou para o meu lado nem uma vez. Mais tarde, quando eu fui pegar um uísque, ela estava perto do bar. Aí fiquei meio perto dela. Ela estava de olho num grupinho de meninas novas que estavam todas mega arrumadas, bem maquiadas, com os vestidos que elas provavelmente usaram ano passado na real formatura delas. Sabe quando o grupo se movimenta e a pessoa acompanha com o olhar? A (mais ou menos) ruiva fez isso. Aí tive certeza de que não rolaria pegação com ela, porque ela estava interessada naquele tipo de mulher, que não tem nada a ver comigo.
Fui para a pista. Estava tão quente que, depois de dançar um pouco, o suor estava escorrendo na minha pele. Resolvi dar uma sentada - tinha tipo uma arquibancada no fundo da pista. De lá vi uma menina bem bonita dançando com a amiga perto de onde eu estava sentada. Achei até que olharam para mim, mas não tenho certeza, porque elas estavam contra a luz, então não conseguia ver bem os olhos delas. Definitivamente era na minha direção, mas podia muito bem ser alguém perto de mim.
Resolvi não chegar nelas naquela hora. Fui pegar uma água e voltei para a pista, mais lá na frente, perto da dj. Daqui a pouco eu vejo essas 2 amigas dançando perto de mim. Elas estavam conversando e pareciam estar super a fim uma da outra. Foi lindo de ver - aos poucos a tensão foi crescendo até que elas finalmente se beijaram. Já fiquei imaginando qual era a história delas: amigas há anos que tinham essa atração mútua, mas nunca tinham confessado, com medo da rejeição da outra e de acabar com a amizade. Bem roteiro de filme. Mas isso era história na minha cabeça. Fato é que a segunda mulher que eu tinha achado interessante na noite também estava indisponível.
Fui para o outro lado da pista, perto da parede. Queria ver gente diferente. E vejo 2 pares de meninas se beijando encostadas na parede. Um par estava numa pegação super quente. Eu fiquei vidrada, porque simplesmente não conseguia desviar o olhar. E pensando "eu também quero".
Quando achei que já estava começando a ficar chato secar tanto as meninas, olhei para o lado e a ruiva está bem perto de mim. Sem ninguém entre a gente. Ela também está com o olhar fixo na dupla se pegando na parede. Eu volto a olhar a pegação e em seguida olho para a ruiva de novo. Ela continuava a secar a pegação. Foi a minha deixa. Fui perto do ouvido dela e falei "você também não tá conseguindo não olhar, né?". Ela riu. Depois ela fez algum comentário sobre a dupla. E assim começamos um vai e vem de perguntinhas. Fiquei sabendo que ela tinha ido sozinha mesmo e que também era a primeira vez dela naquela festa. Ela também foi casada com um cara, mas, diferente de mim, agora só se interessa por mulher. Deu para perceber que ela era legal. Tinha um sorrisão fácil. Adoro gente assim. Nem lembro exatamente em que momento da conversa eu soube que ia rolar, só sei que eu fui chegando para beijá-la e ela veio me beijar também. E que beijo! Ela punha a língua na minha boca como se quisesse dizer "eu tô te querendo muito". Que DE-LÍ-CIA.
Obviamente a gente acabou sendo outra dupla encostada na parede se beijando loucamente. Eu fiquei muito molhada super rápido. Ela começou a colocar a perna no meio das minhas, para roçar a coxa na minha boceta. Eu fiquei morrendo de vontade de subir a saia longa do meu vestido e afastar minha calcinha pro lado para sentir a pele dela na minha vulva e lambuzar aquela coxa.
Não cedi à tentação, porque eu estava bêbada, mas não sem noção. Além disso, uma hora a ruiva notou uma segurança que colou na parede perto da gente, aí ela quis parar com a pegação. Ela sendo bem mais prudente que eu, garantindo que a gente não fosse expulsa.
Nós duas ficamos nessa por mais ou menos uma hora, encostando na parede para um amasso mais pesado e desencostando para respirar e dançar mais um pouco. Eu estava me sentindo enfeitiçada. Eu já tinha passado a mão nela toda, só pensava em ficar com aquele corpo nu, queria beijar ela inteira. Uma hora a gente até falou "saindo daqui a gente vai pra casa de quem?", porque era evidente que a vontade de devorar a outra era recíproca. Estava rolando uma sintonia incrível. Mas eu não fiz acontecer nessa hora não. Acho que é porque eu curto demais essa coisa de postergar, de ficar beijando na boca e deixar o tesão subir até não aguentar mais. No fim, foi ela quem falou "vamos embora". E eu deixei ela decidir para qual casa iríamos. A minha.
No Uber a gente se beijou algumas vezes e passei a mão na perna dela, mas nada muito explícito, porque ela já tinha pedido para eu me comportar. (Em Ubers eu sou meio sem limite - conto aqui.)
Chegando em casa, a gente começou a se beijar, de pé ainda, perto da porta. Rapidinho tirei o sutiã dela. Aí deu para baixar uma alça do vestido para eu chupar o peito dela. Não sei explicar, mas acho essa coisa de colocar um peito para fora da roupa um puta tesão. Seja o meu próprio seio, seja o de outra mulher. E a ruiva gemeu tão gostoso.
Ela não conseguiu tirar o meu, porque o modelo do meu vestido não permitia, então tiramos meu vestido inteiro e eu fiquei só de calcinha. Mais uns beijos de derreter qualquer um e fomos para o quarto. Eu estava louca para chupá-la. Tirei o vestido dela, ela se deitou, tirei a calcinha dela e vi que ela estava bem molhada. Aí caí de boca com vontade.
Intercalando qual boceta recebia atenção, cada uma de nós gozou umas 2 vezes e depois paramos deitadas de lado, uma de frente para a outra, com as pernas entrelaçadas e eu com uma mão no quadril dela. Eu estava tão relaxada, acho que estava num estado meio meditativo, porque eu nem estava pensando em nada, não estava preocupada com ela querer dormir em casa, coisa que eu abomino. Mas ela era exatamente como eu, então acho que ela ficou com medo de eu achar/querer que ela dormisse comigo, aí já pulou logo da cama, fez um xixi e começou a falar de ir embora. Eu, claro, não ofereci nenhuma objeção.
A ruiva foi a primeira pessoa que eu levei na minha casa para trepar. Uma excelente estreia.
Sozinha em casa de novo, fui tomar uma ducha. E senti um pavorzinho quando percebi o quão peluda estava minha ppk. Eu nunca depilo, mas costumo deixar o negócio aparado, apresentável. Só que naquela noite estava um matagal... Já fiquei pensando nas memórias que eu tinha deixado na cabeça dela. E que talvez ela não fosse querer mais nem falar comigo por causa disso. Eu tinha achado ela super legal, fiquei pensando que ela seria uma boa companhia para esses rolês lésbicos, mas se eu tivesse traumatizado a coitada, minha esperança ia por água abaixo.
Acabei mandando mensagem para ela - a gente tinha se conectado no Instagram - uns 2 dias depois só, por conta da correria da vida. E ela respondeu! Ou seja, no final, o matagal não tinha sido tão apavorante como eu imaginei.
No meio dessa resposta, ela também me contou que tinha mentido sobre onde ela morava. Não era na Vila Mariana, e sim na Alemanha, para onde ela, inclusive, já tinha voltado. Quando ela estava chamando o Uber para ir embora da minha casa, eu vi o celular dela e o Uber não estava em português. Perguntei que língua era aquela e ela "é alemão, eu deixo para não perder contato com a língua". O que, na hora, fez total sentido para mim, porque eu tenho amigos que deixam tudo no telefone em inglês.
Quando ela abriu a verdade para mim, disse que só vem ao Brasil uma vez por ano e tem preguiça de ficar contando isso para as pessoas novas que ela conhece quando vem para cá. Nem fiquei chateada por ela ter mentido, só senti uma pontinha de tristeza por saber que ela nunca seria minha companheira de rolês.
Logo em seguida, me senti muito feliz de ter tido a oportunidade de conhecer essa pessoa. Pensa comigo: eu quase não fui à festa; alguém que vem ao país uma vez ao ano decide ir à mesma festa que eu; achei que eu não iria nem falar com ela, mas na hora certa ela estava do meu lado, com a situação perfeita para eu puxar papo e a gente dá um match incrível na química. Qual a probabilidade disso tudo acontecer? O Universo é realmente meu amigo.
Comentarios