Tanta desgraça por conta do coronavírus, mas, antes dessa maldita pandemia, não posso reclamar... O começo de 2020 teve muita coisa boa para mim e uma delas foi o Carnaval em Salvador.
Desde muitos anos atrás, por causa de Ivete Sangalo, eu queria passar um Carnaval em Salvador. Mas é super caro e meu ex não animava tanto, então esse meu sonho sempre foi adiado. Primeiro Carnaval solteira, o que que eu fiz? Comprei passagem para Salvador!
Depois descobri que um casal de amigos estaria no camarote do Nana no dia em que eu chegava à cidade. Comprei meu abadá para encontrar com eles. Reservei a pousada em cima da hora e assim eu fui – com definição apenas das passagens, onde dormir e um camarote.
A pousada era bem meia boca, mas ok... Demorei para me arrumar e quando cheguei no circuito, a rua já estava lotada, com os trios passando, tive que ir andando no meio da galera até o camarote. Acabei pegando um pedaço do trio da Ivete, resolvi curtir lá na pipoca mesmo e foi ótimo!
Depois entrei no camarote e achei meus amigos, os maiores fãs do Carnaval em Salvador! Não tinha companhia melhor para minha estreia lá! A noite foi passando e eles me incentivando/pressionando a arrumar um boy. Eu até estava de olho num loiro que estava num grupo de amigos meio perto da gente, mas ele nunca nem me viu e um tempinho depois apareceu se enroscando com uma mulher.
Eu estava curtindo a noite, a energia dos trios passando, vendo aquele mar de gente na rua, para mim tudo era incrível! Era aquilo que eu queria vivenciar! Até porque, se eu tivesse ido casada, eu não ia pegar ninguém mesmo, obviamente.
Então eu nem tinha a expectativa de ficar com ninguém. É claro que uns amassos e uma trepada sempre caem bem, mas eu não estava desesperada. Pensando sobre isso depois, de volta a SP, eu me dei conta de que não acho graça mais em beijar 50 pessoas diferentes numa balada. Eu fiz isso quando era adolescente e acho que muitas pessoas, mesmo adultas, ainda fazem isso. Cada um tem sua diversão favorita, não vou julgar, mas eu prefiro achar alguém com pegada e emendar uma trepada. Isso faz muito mais sentido para mim hoje.
Mais pro final da noite (ou madrugada), ia ter show do Psirico. Então a gente se mudou pra área do show, ainda mais porque os trios mais interessantes já tinham passado. O show foi maravilhoso! Super animado! E o cara do Psirico (eu nem sei o nome dele, disfarça!) começou a fazer uma brincadeira, pedindo pros grupos de amigos abrirem uma roda e ao sinal dele, o grupo todo pular pro meio da roda. A coisa foi aumentando, aumentando, até que se formou uma só roda com todo mundo na pista. Era hilário! Meu amigo era o que queria pular primeiro, ver ele pulando empolgado era uma diversão à parte. E ele ia sozinho, não queria nem saber se eu ou o marido dele estávamos com ele...
E uma hora em que eu estava rindo sozinha dessa loucura, um cara bonitinho me viu e veio falar comigo. A gente beijou, lógico. Ele estava com o irmão mais novo. Fiquei junto com eles, conversando e dançando. E beijando algumas vezes.
Não demorou e o show acabou. O dia estava amanhecendo. E a organização do camarote começou a expulsar todo mundo. Meus amigos se despediram de mim, dizendo que estavam indo pra pousada deles. Meu peguete disse que não ia me deixar voltar sozinha. Uma gentileza disfarçando um “eu quero te comer”. Engraçado é que o beijo dele não era uma declaração “eu quero te devorar”, mas eu deixei seguir o fluxo.
A gente saiu do camarote, ele deu instruções pro irmão de como chegar a pé no apartamento que eles alugaram e eu e o peguete seguimos andando na direção oposta, até chegar onde os táxis estavam esperando os foliões.
Chegamos na pousada, a gente tinha que tomar banho. Sem condições de transar sem uma chuveirada depois de mil horas dançando, pulando e suando. Minha roupa estava nojenta de tão suja! Fui primeiro pro chuveiro e deixei ele esperando no quarto. Era a primeira vez que isso acontecia comigo. Eu levando um cara para minha pousada. Enquanto eu me ensaboava, eu não pensei no(s) orgasmo(s) que estava(m) por vir. Pensei se eu tinha feito certo de deixar o cara no meu quarto sozinho, porque ele poderia me roubar! Sério, isso passou pela minha cabeça. Ele não tinha nenhum jeito de ladrão (apesar de que ladrões muitas vezes não parecem ladrões), eu já tinha visto o Instagram dele e o cara era advogado de verdade, do Sul. Mesmo assim, bateu uma insegurança. E ele não era ladrão nenhum. Tomou o banho dele e voltou pra cama cheirosinho.
Finalmente fomos aos finalmentes! Não sei se era porque eu estava mega cansada (e ele também), se era porque não tínhamos muita química mesmo, mas o sexo não foi AQUELAS coisas. Ele foi super legal, me chupou, esperou eu gozar (mais de uma vez) pra ele gozar, dava pra ver que ele estava claramente preocupado com o meu prazer. Mesmo assim, não foi uma foda memorável. Mas claro que foi uma experiência bacana e faz parte das minhas histórias agora.
Quando o sexo acabou, ele logo foi embora - devia ser umas 8h da manhã - e eu agradeci ao Universo por ele não inventar de querer ficar mais. Eu precisava descansar. So-zi-nha.
No meu segundo dia, não fiz nada relacionado a Carnaval. Só peguei praia e descansei sozinha. No meu último dia (sim, meu primeiro Carnaval em Salvador teve só 3 dias), fui para o Camarote Skol, porque eu queria ver o show do Safadão. E eu amei a experiência! Não pelo lado sexual, porque eu só dei uns amassos num cara meio psicopata, mas sim por ter conhecido dois grupos MUITO GENTE BOA. Um era um grupo de gays, mais especificamente um casal muito fofo, com uma diferença de idade expressiva, que me “adotou”, nem sei porquê. E o outro grupo eram 4 amigas manauaras que encontrei na área de alimentação, ficamos batendo papo e depois curtimos o show do Safadão juntas. Ambos grupos tinham uma vibe maravilhosa.
Lá mesmo, enquanto tudo acontecia e já pensando no vôo que ia ter que pegar em poucas horas, eu me sentia tão grata pela sorte que tenho! Consegui concretizar um sonho antigo, tive a minha primeira vez levando um cara desconhecido para meu quarto na pousada, conheci pessoas com uma energia tão boa e ainda teve a cereja do bolo - Safadão cantando bem pertinho de onde eu estava.
Agora a pergunta que fica na minha cabeça é - será que ano que vem tem Carnaval de novo?
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