Foda portuguesa
- Van

- 14 de jul.
- 5 min de leitura

Minha amiga tem uma filha adolescente que faz School of Rock e é integrante da banda da unidade em que ela é aluna.
Eu não sabia até minha amiga me contar, mas essa escola tem uma parceria com o Rock in Rio e as bandas das unidades se apresentam no evento. Diante dessa oportunidade, minha amiga decidiu apoiar a participação da filha no Rock in Rio Lisboa 2024.
E eu tinha que ir e presenciar a menina que vi nascer - a primeira bebê das minhas amigas - tocar e cantar nesse festival gigantesco. Foi a desculpa para eu tirar férias nesse período e ir para Portugal.
Planejei poucos dias em Lisboa, reservei o mesmo hotel em que minha amiga e a família se hospedariam. Cheguei antes deles, porque havia uma apresentação em Madri antes do Rock in Rio.
Não era porque eu estava indo por um motivo quase familiar que não podia acontecer uma sacanagenzinha. Ainda no aeroporto, depois de desembarcar, entrei no Bumble (app de dates, para quem não sabe) para dar uma olhada. Antes da viagem, eu tinha pagado uma semana de upgrade no app para poder ver quem me dava like e ainda havia uns dias de validade. Assim, pude ver que eu mal tinha chegado na cidade e já estava fazendo sucesso. Vários likes. E de um monte de homem bonito (eu acho os portugueses muito bonitos). Meu Bumble está configurado para homem e mulher, mas quase não aparece mulher para mim, não sei dizer por quais razões.
Mudei minha descrição do perfil para informar que eu ficaria em Lisboa por somente cinco dias. Seria um desafio conseguir um match + um date nesse prazo exíguo, mas mal não me faria tentar.
Quis o destino que eu conseguisse marcar, neste mesmo primeiro dia, um date com um português que morava no leste europeu por conta do trabalho e estava em Lisboa por um curto período também. Ou seja, ele também não tinha tempo a perder.
Dormi à tarde e estava recuperada do voo noturno, pronta para o encontro.
Marcamos num bar perto do meu hotel, mas chegando lá o lugar parecia muito morto. Ele sugeriu pegarmos o metrô e irmos para o centro. Como de costume, eu só dizia sim. Ele me levou para tomar ginjinha (um licor típico deles, que se toma num copinho) num lugar tradicional, tentou me levar para comer em um restaurante também muito conhecido, mas já estava fechado. Acabamos parando numa praça que tinha barracas de festa junina, comemos umas besteirinhas lá. Andamos mais um monte e chegamos na Pink Street, que eu não conhecia. Era minha segunda vez em Lisboa, mas eu nem sabia da existência dessa rua. O que antes era uma zona de puteiros, degradada, foi revitalizada para virar uma rua com bares (para turistas, eu imagino). O asfalto é pintado de rosa e os bares têm mesas na calçada. Um trechinho cheio de vida.
Ele tinha em mente um local específico para me levar: a Pensão Amor. Uma casa de vários andares e salas, que foi decorada com o tema de casa da luz vermelha e de putaria, com cortinas de veludo vermelho escuro, desenhos de corpos femininos voluptuosos nas paredes, fotos antigas em preto e branco de bundas e pintos, vitrines com dildos de todos os tamanhos. Eu adorei!
Entramos, pegamos 2 cervejas e sentamos numa sala que tinha um pole dance no centro e bancos estofados cobrindo quase todas as paredes.
Nosso date já tinha algumas horas de duração e tínhamos conversado bastante. Ele contou que namorou uma brasileira por anos, então ele já conhecia bem nossas gírias e outras diferenças culturais. Eu amei o cuidado que ele teve de querer me mostrar as coisas na cidade dele, sempre super sorridente e disponível.
Depois de um show rapidinho de dança do ventre, vimos os funcionários passarem com cadeiras empilhadas em carrinhos pela nossa sala e eu comecei a achar que eles estavam fechando. Mas estavam apenas preparando a outra sala, que recebeu um dj e virou uma pista de dança.
Fomos para a outra sala, depois que já tínhamos tomado mais cerveja e eu já estava altinha.
Logo que paramos na pista, de frente um para o outro, eu perguntei:
- E se eu quiser te beijar?
Sem responder, ele veio me beijar. O primeiro beijão de muitos, que rolaram quase ininterruptamente e foram ficando cada vez mais gostosos e envolventes.
Não usei nenhuma palavra, mas comuniquei que estava adorando aquela pegação e queria mais. Queria mais tempo daquilo e com mais ousadia.
A gente dançava, eu me esfregava nele. Ele encostava na parede e eu colava meu corpo todo no dele, especialmente a pelve. Ele me apertava e me puxava para ele, do jeito que eu gosto, enquanto nossas línguas se enroscavam.
Eu desejava mais que tudo que ele passasse a mão no meu corpo inteiro, o que ele até chegou a fazer, mas com discrição. Nessas horas eu sou escrava do tesão, só me excito mais e mais com essa pegação em público. Nunca me aconteceu de ser expulsa de nenhum lugar, talvez porque a outra pessoa tenha mais noção e esteja mais atenta ao que está à nossa volta (por exemplo, a ruiva que explicitamente verbalizou seu medo de ser repreendida, o que eu conto AQUI). Eu só fico entregue.
Depois de ficar só conversando por tanto tempo, sem demonstrar diretamente que queria algo além disso, eu não esperava que o português ia ser tão gostoso. Mas ele compensou todo o tempo de conversa sem nenhum contato físico com a paciência de me atiçar por pelo menos 1 hora naquela pista de dança, o que me derreteu na medida, até me deixar latejando de vontade de tirar a roupa para ele.
Deve ter sido ele que sugeriu de sairmos de lá, porque, como mencionei, eu perco a noção do tempo. Acho tão delicioso ficar dançando e beijando que meio que não quero que acabe nunca. Mas eu estava mais que pronta quando a ideia apareceu.
Quando saímos para a rua e minha embriaguez de tesão deu uma baixada, falei que ia chamar um Uber para gente ir para o meu hotel, mas deixei claro que ele não ia dormir comigo, porque eu gosto de dormir sozinha. Ele concordou e demos mais uns amassos esperando o Uber chegar.
Ao entrar no quarto, as luzes todas se acenderam, sabe quando até dói nos olhos? Eu fiz um comentário de que era muita luz e ele respondeu com um "mas tem algum problema?", o que eu interpretei como uma pergunta para saber se eu só transava de luz apagada. Como não é o caso, eu disse que não tinha problema e não apaguei luz nenhuma. Trepamos às 2h da madrugada com a luminosidade de um sol de meio-dia no verão.
Começamos num papai-e-mamãe, ele metendo num ritmo mais rápido do que eu gosto. Como eu ainda não tinha gozado, devo ter dito alguma coisa para ajustar o ritmo. Depois devo ter direcionado mais alguma coisa, não sei o quê, só lembro dele falar, sorrindo, "você é egoísta, gosto disso". Eu não achei que era o momento de discutir o sentido do "egoísta", encarei como sendo positivo e segui no caminho do meu orgasmo.
Convenhamos que, se o homem goza primeiro, a probabilidade da foda acabar logo ali é altíssima, então eu, sempre que possível e se necessário, tento garantir o meu antes do cara.
No fim, eu fiquei em dúvida se ele gozou ou não. Quando ele parou de me comer, eu mal consegui olhar a camisinha, porque ele logo foi para o banheiro.
Quando ele voltou, deitamos na cama e eu não questionei exatamente se ele tinha gozado, mas perguntei se ele ainda estava com tesão, ao que ele disse que não, então deduzi que tinha, sim, gozado.
Ele também deve ter achado que minha pergunta era uma deixa para ele vazar, porque minutos depois disse que ia para casa, para me deixar dormir. Conforme o combinado. Final ideal para minha primeira noite de férias em Lisboa.




Comentários