0h do dia 24/09/19 começava meu aniversário. E eu estava com meu PA.
Cerca de 40 dias após minha separação, eu estava completando 38 anos. Acredite ou não, era meu primeiro aniversário solteira desde meus 16.
Isso acabou sendo assunto na minha terapia, porque eu estava com um certo receio de passar a data sozinha. Sozinha no sentido de não ter um marido. Porque ele sempre era um porto seguro para a data. Por mais que eu não fizesse nada de especial, eu estaria com ele e isso era mais do que aceitável para a sociedade. Para mim o mais importante sempre foi fazer festa, me divertir (eu ADORO comemorar aniversário). Mas, para a sociedade, eu percebia que estar com a pessoa amada, independente de ter alguma coisa divertida envolvida, era mais que suficiente para ser considerado como uma comemoração. E eu não teria isso em 2019.
Não fazia nem um mês que eu tinha conhecido virtual e pessoalmente meu PA, que não mora em SP. Tivemos uns encontros intensos, em que eu me senti super confortável, super conectada com ele. E nesses encontros eu já tinha mencionado, uma ou duas vezes, que meu aniversário estava chegando. Eu faço isso, fico avisando as pessoas perto da data.
Por sorte minha, ele estaria em SP na semana do meu aniversário. Hoje temos uma relação muito mais definida, em que não tenho dúvida de que ele vai querer me encontrar toda vez que estiver na cidade. Mas na época eu não tinha. E quando ele me avisou que vinha, perguntou se poderia me levar para um encontro apropriado no dia 23/09, já que em todas as vezes anteriores nos encontramos em bares, tomamos um drink e logo fomos transar (o que sempre foi perfeito, mas ele queria fazer uma coisa diferente desta vez). Eu concordei - feliz da vida - e ele reservou uma mesa num restaurante italiano bacana que eu não conhecia.
O horário que ele conseguiu (parece que é difícil conseguir reserva) era meio cedo e bem na hora da minha terapia. Tive que remarcar minha sessão, lógico! Porque ficar com ele também é terapêutico para mim (na verdade, uma boa trepada é terapêutica, né?).
Quando cheguei no restaurante, ele já estava lá, sentado na nossa mesa. Lembro de entrar e vê-lo sentado de costas. E de me sentir super contente de estar numa situação nova com ele.
Nosso primeiro jantar teve uma garrafa de vinho, uma entrada e um prato principal compartilhados (só uma observação aqui: a coisa da divisão de comida não é mesquinharia... e eu adoro que a gente não come demais quando está junto) e muita conversa, e o que ficou mais marcado para mim é que foi nesse dia que eu me convidei para ir para Jeri com ele (conto sobre a viagem: aqui). Ele me contou um monte de coisas, me fez um monte de perguntas também. Ele estava genuinamente interessado em me conhecer mais.
Terminada a garrafa de vinho, partimos para a próxima etapa da noite: o quarto do hotel dele.
Ele já tinha me dito que tinha comprado um presentinho para mim e no hotel o recebi. Era um echo dot (o aparelho da Alexa, assistente virtual da Amazon), que ele me entregou dizendo que seria uma espécie de companhia para mim no meu novo apartamento, morando sozinha. Achei tão fofo!
Como de costume, transamos mais de uma vez. Não sei dizer se foi coincidência ou não (estou mais para achar que não), mas um pouco antes da meia-noite estávamos transando. Quando virou meia-noite, ele olhou o relógio, eu estava gozando e ele me dando parabéns. Confesso que, pensando nisso depois, até parece um pouco controlado demais, mas na hora foi MA-RA-VI-LHO-SO! Uma memória para nunca mais esquecer.
Foi tudo tão especial e tão inesperado. Na verdade, eu me senti especial! Ganhei vários presentes nessa noite: o presente que ele comprou para me dar, o jantar, a companhia, o sexo... Nunca imaginei que ele teria todo esse carinho, que gastaria esse tempo para planejar a noite.
E os meus 38 anos começaram assim... Sem marido, mas super bem acompanhada. Sem “aprovação” da sociedade, mas cheia de felicidade. Sem planejamento da minha parte, mas com muito prazer.
E o assunto voltou para a terapia? Voltou. Só para concluir que minha apreensão pré-aniversário era realmente sem fundamento. Que o que eu faço ou deixo de fazer, sozinha ou acompanhada, só importa para mim e mais ninguém. E que não ter um marido ao meu lado não diminuiu em nada a minha alegria ao completar mais um ano.
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