O dia em que eu conheci para valer uma casa de swing foi no susto!
Digo para valer porque a minha primeira vez foi com o Arthur (hoje meu namorado, na época PA) numa 5a-feira. Fomos, pré-pandemia, na casa certa (vou contar porque ela era a certa logo mais), que eu escolhi lendo umas coisas na internet, mas fomos muito cedo e num dia errado da semana. Essa minha primeira experiência lá foi memorável por outros motivos, não pelo sexo. Encontrei com o Arthur na frente da casa e fomos num outro bar tomar um drinque (para tomar coragem, como ele mesmo definiu) e para conversamos e acertarmos alguns combinados. Ambos estávamos um pouco nervosos. Era a primeira vez dele também. Combinamos que, independente do que rolasse lá, iríamos embora juntos. E essa conversa só fortaleceu nossa parceria, que vinha dando tão certo (por isso que eu vou sempre lembrar e ser grata por esse dia).
Quando efetivamente entramos na Hot Bar, tinha pouquíssima gente, e dentre os presentes, não tinha ninguém que nos pareceu atraente. Demos uma volta, vimos um pessoal transando. Lembro de ver, numa sala escura, dois caras e uma mulher, ela de quatro, chupando o pau de um, e o outro comendo ela por trás. Depois disso tomei um uísque, ficamos conversando e nos beijando e logo desistimos de ficar lá. Fomos trepar só nós dois, no quarto do hotel dele. E assim aconteceu a vez que não valeu.
Hoje eu posso dizer que tive a experiência real oficial de ir numa casa de swing porque fui com um expert! Ele não mora em São Paulo, mas o Universo o mandou para minha cidade bem no fim de semana que eu ia num show do Monobloco pré-Carnaval, em 2020. Eu só ia nesse show porque uma amiga, que ia com uma turma, tinha me chamado para ir também. Comprei 2 ingressos, porque saía mais barato e minha melhor amiga tinha topado ir comigo. Só que no dia ela passou mal e desistiu de ir. Eu ofereci o ingresso para a amiga que tinha me convidado, mas ela não conseguiu ninguém. Eu ia tentar vender na porta, mas minha melhor amiga nem estava ligando muito se ficasse no prejuízo.
Enquanto eu me arrumava para ir, recebi uma mensagem do dito expert (vamos chamá-lo de Alex), que eu tinha conhecido não fazia muito tempo, num evento meio de trabalho, e que tinha ficado a fim de mim. Ele disse que estava em São Paulo, então ofereci o ingresso pra ele e ele topou na hora. Ainda me perguntou se eu ia ter que ficar com o grupo da minha amiga e eu confirmei que não, que ia dar um oi e só. Ou seja, a gente poderia se pegar à vontade. Ingênua eu, pensei que seria essa minha noite.
Lá na balada, entramos juntos, pegamos um uísque para cada, encontrei a amiga com o grupo perto do bar, dei um oi rápido e fui para outro canto. Ele não perdeu tempo. Passava a mão no meu corpo todo, me beijando daquele jeito que não deixa dúvida de que quer mais que só beijar. E eu não fiquei atrás. Se tem uma coisa que eu sei fazer é beijar com vontade! Então ele logo lançou a conversa da casa de swing. Disse que sempre que vem para SP ele vai lá, que ele estava vendo que eu estava doida para dar para ele, que quando ele me mandou mensagem, ele estava na verdade pensando em me convidar para ir para lá, mas como eu tinha chamado para o show... E a pergunta veio em seguida: “vamos para lá agora?”. Confesso que não aceitei de cara, ele teve que me beijar mais um pouco e me excitar mais. Mas só um pouquinho...
Então, uns 30 minutos depois que tínhamos entrado na balada, já estávamos saindo. Sem ver o Monobloco. Indo ver uma coisa nova para mim. Ele estava de carro e, no caminho, ele me falou que estávamos indo para a Hot Bar, a mesma que fui com o Arthur. E ele me garantiu que era a melhor, porque ele já tinha ido em todas de Moema (o bairro que abriga um monte de casas de swing) e a Hot era melhor frequentada, a estrutura era melhor, enfim tudo era melhor.
Ele também foi me explicando como funciona o esquema da casa de swing. Alex era cliente fiel da Hot Bar, já era amigo de casais que também sempre frequentavam a casa. A coisa mais importante que ele me assegurou era que havia muito respeito. Eu podia me sentir livre, porque todo mundo se sentia livre e ao mesmo tempo respeitando a vontade alheia. Não ia acontecer nada que eu não quisesse. E ele, super gentleman, disse que queria que eu curtisse o rolê, porque era minha primeira vez, então ele deixaria a meu critério o que ia ou não acontecer. Claro que, além disso, ele também “examinou” minha buceta no carro, inclusive fazendo análises sobre a profundidade do meu canal vaginal e tudo. Eu estava tão excitada!! Com a novidade, com o tesão que ele estava me dando. Há umas 2 horas, enquanto eu me arrumava, eu achava que ia passar a noite na balada, ver o show do Monobloco e curtir com umas amigas. De repente, minha noite virou de ponta-cabeça e eu estava indo para uma casa de swing com “O” conhecedor das casas de swing.
Chegamos lá depois da meia noite. A casa, lotada, parecia um outro lugar perto da vez que fui com meu PA. São muitos ambientes, e ele foi me levando para conhecer todos, explicando a função de cada ambiente – uma sala era para solteirxs, então casais que querem uma 3ª pessoa vão lá para achar alguém, outra para quem quer fazer o swing propriamente dito, etc, etc.
Numa sala que tinha um banco/cama bem longo, a gente se enfiou entre uns casais, tiramos a roupa e trepamos. Eu estava usando um maiô colorido de um ombro como body e uma saia preta curta por cima (lembre-se: eu ia numa festa pré-Carnaval). Então era bem prático tirar a roupa. E para mim era super excitante ter pessoas ali de pé só olhando a gente e os outros casais em ação. Não me senti travada, transei como se estivéssemos só nós dois dentro de um quarto.
A pista de dança, que era como uma balada pequena, tinha um balcão em que as mulheres subiam para dançar, sensualizando. Geralmente quase peladas. Eu não subi, não tenho esse talento de dançar pros outros admirarem não.
No meio da galera na pista, vi uma mulher que me atraiu, queria beijar ela. Ela estava acompanhada de um homem. Falei pro Alex e ele “então vai lá e fala com ela”. Eu fiquei hesitante por um tempo, até que ele insistiu para falar por mim e eu topei. Ele foi no ouvido do cara que estava com ela, aí o cara falou com ela e ela disse não. Era a primeira vez deles, eles tinham ido para observar e ela estava insegura. Sem problemas, vida que segue.
Mais tarde, quando estávamos na pista de novo, esse casal se aproximou da gente e disse que ela estava pronta para me beijar. Oba! Foi uma delícia. Ela era mais alta que eu (o que não é difícil), de cabelo curto, beijava gostoso. Mas não só isso, a situação toda era excitante. Eu tinha gostado dela, ela refutou de primeira, mas depois se permitiu beijar uma mulher desconhecida (eu) na casa de swing. E enquanto a gente se beijava, meu amigo também passava a mão em mim, os dois homens estavam bem perto da gente, meio assistindo, meio participando com as mãos, então não tenho certeza se o acompanhante dela também passou a mão em mim. Não rolou nada além disso, mas foi perfeito!
Na pista também conheci um cara amigo do Alex. Barbudo, nariz grande, não fazia meu estilo. A mulher dele estava dançando no balcão. Toda trabalhada na musculação, cabelo arrumado, maquiagem profissa. Fazendo sucesso se exibindo, mas ela parecia que não estava se divertindo. Sem dúvida ela tinha um corpo maravilhoso, mas não era nem um pouco atraente para mim, porque parecia que estar dançando era uma obrigação para ela. Ela não demonstrava que estava com tesão por estar lá. Acho que se fosse uma mulher menos gostosa, mas que tivesse estampado na cara o quão gostoso para ela era mostrar o corpo, acho que eu ia pirar com ela. Também sem mostrar uma expressão facial condizente (agora estou pensando se não é culpa do botox), ela disse para o Alex que queria matar a saudade e trepar com ele. O Alex me contou isso, o casal saiu andando, o Alex seguiu e me puxou pra ir junto. Depois de passar por alguns ambientes, eu tive que parar e perguntar pro Alex o que estava acontecendo. Ele me falou que a gente estava indo fazer a troca de casal. O barbudo ia me comer e ele ia comer a mulher dele. Aí eu falei que não queria transar com o cara não. Mas que tudo bem ele ir transar com a mulher, “vá ser feliz e eu vou ficar dançando na pista”, eu disse para ele. Aí ele falou com o cara, ninguém mais se mexia e eu insistindo com o Alex que eu ia ficar de boa esperando por ele. E ele só “já te explico, já te explico”. E eu não estava entendendo nada de novo. Quando o casal e ele terminaram de falar, Alex me puxou de lado e me explicou que aquele casal só faz sexo com outras pessoas na base da troca. Se um transa, o outro tem que transar também. Se não, nada feito. Como ele tinha me explicado ainda no carro, cada casal tem suas regras. Uns querem arrumar uma terceira pessoa para um ménage. Em outros, o cara quer ver a mulher dando para um desconhecido e por aí vai... Aí que eu entendi. Especialmente que eu tinha acabado de cortar o barato do Alex. Pedi desculpas, mas falei que com aquele cara não dava não. Atração zero. E o Alex foi super tranquilo, compreensivo, disse que não tinha problema nenhum, que ele tinha tirado a noite para passar comigo e que numa próxima vez ele treparia com aquela mulher. Realmente um gentleman da putaria.
Um cara que eu toparia fazer a troca foi um que a gente encontrou numa das salas - já não lembro qual era a função dessa sala - que tinha uns casais de pé, meio que encostados nas paredes, ninguém transando. A mulher era gostosona, estava com um vestido colado e decotado. O cara era um pouco mais velho, cabelo bem grisalho, mas tinha um corpo legal até. Gostei do beijo dele, daria para ele fácil. E o Alex estava doido pra comer a gostosa. Pegou no peito dela, botou pra fora pelo decote, vi o mamilo e tudo. Delícia de seio, com silicone. Mas ela não estava muito confortável. O cara que estava com ela toparia a troca, mas o Alex não a agradou muito não. Até que ela disse um não definitivo e o casal saiu da sala.
Uma outra hora que eu estava transando com o Alex na sala coletiva, a gente estava do lado de um cara que estava comendo a mulher de quatro. Ela não tinha tirado a blusa, mas era bem justinha e dava para ver que ela tinha um peitão. Eu estava deitada de costas e com a cabeça meio perto dela. Me deu vontade de beijar ela. Como para tudo que eu senti vontade de fazer, falei com o Alex antes. E ele, com a resposta de sempre também, “fala com ela”. Desta vez eu mesma falei, disse para ela que queria um beijo. Ela sorriu e topou. Beijamos.
Percebi que ela estava transando, mas, mais uma vez nessa noite, parecia que não estava curtindo de verdade. Parecia uma coisa mecânica. E vi isso também acontecendo com o casal que estava trepando do nosso outro lado. A mulher podia ser uma boneca inflável que daria na mesma. Na hora eu não fiz todas essas reflexões. Pensei nisso depois, lembrando de tudo o que aconteceu na noite. Mas achei super estranho essas 3 mulheres que reparei que não estavam demonstrando sentir prazer. Pelo menos não era visível. Pode ser que esse era o jeito delas? Pode ser. Mas acho improvável. Ficou na minha cabeça o mistério do que faz essas mulheres estarem lá.
Certeza eu tenho de que me acabei nessa noite. No fim, não rolou swing para mim, mas foi uma ótima introdução a esse mundo. Gozei gostoso várias vezes – eu e Alex ainda transamos mais uma vez, total de 3 trepadas na noite – e agora tenho essa história pra contar.
Em seguida veio a pandemia e acabou com a alegria. Desde então não voltei lá. Quem sabe na próxima rola uma troca.
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