Sim, essa é uma história de amor. Não, não é um amor convencional.
Em outros textos, como neste e neste, eu o chamava de PA. Agora ele é meu namorado, apesar deste resultado não estar nos meus planos inicialmente. Depois que eu me separei (falo um pouco sobre a separação aqui), em agosto de 2019, logo entrei no Tinder. E depois de uns 15 dias, eu estava indo para um bar encontrar o Arthur pela primeira vez. A noite começou devagar, ele mal encostava a mão em mim (mal de gringo...), mas acabou do melhor jeito – sexo gostoso no quarto do hotel dele, com vista para a ponte estaiada (se você não é de SP, busque uma imagem da ponte à noite). Repeteco no dia seguinte. E de novo toda vez que ele estava em SP. Foi assim que meu conto de fadas começou.
Fadas do sexo, porque nossa história não tem nada a ver com as fadas infantis. Para começar, eu estava interessada em tirar o atraso de tantos anos casada com o meu namorado do colégio. A liberdade de ser solteira me deu um tesão que eu parecia adolescente de novo. E o fato dele ser casado (sim, casado, com um relacionamento aberto) era perfeito para minha vontade de fazer tudo o que eu queria sem medo do cara se apegar. A última coisa que eu queria era me enrolar num relacionamento de novo. Era um risco ainda assim? Era, óbvio. Ele poderia se apaixonar e querer largar a mulher para ficar comigo. Mas o Universo é meu amigo e eu confiei que isso não ia acontecer.
E não aconteceu! “E como vocês são namorados agora?”, você deve estar se perguntando. A gente se apaixonou, mas o objetivo de casar e viver felizes para sempre, que muitas pessoas procuram, nunca esteve na nossa mente. Desde o começo, a esposa dele sabia (sem muitos detalhes, mas sabia) da nossa relação, assim como de todas as relações que ele teve com outras mulheres. A pandemia, ao invés de nos afastar (Arthur e eu), acabou nos aproximando, apesar da distância física. E chegou um momento em que estava claro para todo mundo, inclusive ela, que eu e Arthur éramos de fato namorados. Essa é a beleza de não haver mentira. Hoje não só sou namorada dele, como sou namorada da mulher dele também. Acontece que ela também gosta de mulher e ela é uma mulher forte e sem drama, o que eu acho super atraente.
Quando foi o momento certo, fui convidada para ir até a casa deles para conhecer a esposa e as crianças pessoalmente (já havíamos nos falado por vídeo). Sem expectativa nenhuma além de conectar duas mulheres que eram muito importantes na vida do Arthur. Passei 10 dias lá, incluindo o Réveillon, dormindo no quarto de hóspedes. Como era de se esperar, rolou uma atração mútua entre nós duas. Desta primeira vez nem nos beijamos. Mas, no próximo encontro, que aconteceu no México meses depois, rolou tudo! Sempre os três juntos, e foi super legal.
Mais uns meses se passaram e a família toda veio passar as férias de verão das crianças (inverno aqui no Brasil) em São Paulo. Foram dois meses de muito convívio, viagens, sexo, conversas, diversão, correria. E momentos só eu e ela. Muito sexo a três, mas quando era só eu e ela era especial. E meu amor por ele não mudou. Só o que muda é que agora tenho mais amor no meu coração, para dar e para receber.
Eles são minhas 2 pessoas em 7 bilhões. Quando paro para pensar nisso, em como eu fui encontrar, não uma, mas duas pessoas, de diferentes gêneros, de outro país, que resolveram me amar ao mesmo tempo, e que também, ao mesmo tempo, estão casados e se amando, eu ainda sinto que parece um conto de fadas.
Oi, adorei suas experiências e sua coragem; você já transou com dois homens juntos?
Oii.. O namoro significa que vc não está mais disponível? Adoro suas histórias e minha vontade é de experimentar a sua pegada.. Rs..
Me conte se vc ainda está "na pista" hehe